terça-feira, 9 de março de 2010

Fim sem anuncio

Habituados a lembretes, temos como esperado do nosso dia-a-dia
lances rotineiros, que não devem causar surpresas em nossas expectativas.
Tudo dentro do esquema. Movimentos ensaiados, automatizados, executados sem reflexão.

Bem...pelo menos com essas coisas são assim...não há de se culpar precisamos de ter um certo controle do que acontece (parte pelo menos) afim de evitar que o caos reine soberano em nossas vidas (as vezes uma dose de caos tambem não faz mal)

Agora...existem coisas mais sutis que não dá pra separar em partes programadas. Romances ligeiros. Sem ser piegas (esquivando um pouco pra disfarçar o lado brega) A nítida barreira do início, meio e fim não podem ser visualizadas...nesses casos elas são "invisíveis"...até porque naquele instante em que vivenciamos tal coisa estamos inebriados com o momento...pouco importa inicio meio e fim.....esse instante é eterno e pronto.

Bem..comigo aconteceu isso a pouco tempo...mas nesse caso não interessa o durante e sim o depois. Já teve a sensação de acordar no outro dia e saber que é o fim daquilo? Na verdade o fim já tinha acontecido...mas até você juntar as peças você só percebe depois (pelo menos pra pessoas passadas como eu). É um fim velado, sem despedidas, sem comentários...não é como os de filme...pra falar a verdade...nada acontece como os filmes...é mais rápido e você não tem as melhores palavras pra fechar o momento...parece mais uma batida da nuca, uma batida seca e rápida...não viu de onde veio, nem nada. No outro dia resta aquele nó na garganta...

As perguntas sobre o ocorrido borbulham na cabeça, cogitações do que foi, do que poderia ter sido. Ilusões que o cérebro fomenta desesperadamente pra reviver aquele resquício de experiência que agora está desanimada. Horas depois, após lutar com o fato concretizado e imutável, aceitamos a realidade...e por fim sepultamos a história. O fim tal como a morte, não é lamentável...é necessário para concluir aquele percurso. Só não entendo ainda, porque..apesar de ter entendido isso...ainda tenho o maldito nó na garganta!

Acho que vou arquivar isso nos pendentes...........ahh...como eu gosto de me iludir!

3 comentários:

  1. quer que eu lhe diga qual é esse tão "doloroso" nó na garganta?... , coisa de homem..saca? conhece?

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  2. Nossa! Muito bom! Sério mesmo me surpreendeu! Os livros tem lhe feito bem!

    Abraço!

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